Este blog mudou de endereço e agora está em http://tertuliabenfiquista.blogs.sapo.pt.

segunda-feira, abril 30, 2007
Uns a quererem e a não poderem, outros a poderem e a não quererem

Com o avançar da tecnologia não deverá estar longe o momento em que possamos tirar fotografias sem o uso de qualquer aparelho e em que estas fiquem alojadas algures no nosso córtex cerebral. A memória disponível dependerá de cérebro para cérebro e, se bem que nada neste momento me faça pensar que terei um espaço extraordinariamente extenso para albergar essa informação, estou certo de que seria o suficiente para uma fotografia mental que eu tirei ontem e que explicaria melhor do que todas as palavras que possa utilizar o pensamento com que saí do Estádio da Luz e que tentei resumir de uma forma um pouco tosca, admito, no título deste post.

Como esse futuro ainda não chegou e é no presente que vos escrevo, não saberei enumerar com exacto rigor os nomes dos jogadores benfiquistas que vi, prostrados no relvado ou em posições de descanso, quando para o apito final do árbitro ainda distavam umas boas duas dezenas de minutos, após um qualquer lance em que a equipa havia sido apanhada em contra pé e sido posta em perigo num dos poucos contra-ataques do adversário na 2ª parte. No entanto asseguro-vos de que o que estes olhos viram e o proprietário dos mesmos concluiu foi que a equipa estava, mais uma vez, de rastos (e atenção que em alguns dos casos nem sequer estou a empregar o sentido figurado da expressão). Como não se antevia do banco qualquer assomo de sagacidade que alterasse positivamente o que se via dentro de campo, a vitória no jogo e o subsequente relançamento das aspirações da equipa no campeonato só seriam possíveis através de um qualquer lance fortuito. E já sabemos todos (sabemos, não sabemos?) que as palavras 'sorte' e 'Fernando Santos' não rimam.

É-me, no entanto, tremendamente difícil compreender o processo mental de um treinador de futebol que leva a que ele opte por insistir em colocar, ou deixar em campo, jogadores completamente exaustos ao invés de os substituir por outros, frescos. Além de matar completamente qualquer réstia de moral e auto-motivação que os jogadores não titulares tenham ou pudessem ter, a própria mensagem que transmite para dentro e fora do campo está muito perto de atravessar a linha que separa a impotência da incapacidade.

Explicando: se ontem, por exemplo, e não me querendo, de todo, colocar na pele dos sportinguistas (blharc), visto que, se o fizesse, seria obrigado a questionar o rumo que o meu clube estava a ter pois, com condições perfeitamente vantajosas para se colar ao primeiro lugar, a equipa e o meu treinador, e arrisco-me a juntar-lhes os próprios dirigentes e os adeptos, preferiram uma toada de contenção que, mais do que a conquista de um ponto, me pareceu a perda de dois; como eu dizia antes deste devaneio clubístico, se ontem do outro lado houve uma equipa que não se importou de colocar uma série de jovens, alguns deles talentosos e com futuro, outros nem tanto e outros ainda que nem me parecem ter presente e/ou futuro, será que o Benfica (pois apesar de não parecer, é deste centenário e muitas vezes glorioso clube de que vos escrevo) e o seu treinador caíam na lama se um João Coimbra ou um Beto ou um Miguelito ou um Derlei ou um Paulo Jorge, eu sei lá, se ALGUÉM com duas pernas e com um passado de jogador que falasse por si - que, portanto, estava ali equipado porque, de facto, em tempos havia tido exibições que provocaram o interesse e posterior aquisição por parte do clube - fossem lançados para dentro de campo para subtrair ao jogo uma das várias camisolas que, parece-me a mim, permaneceram em campo basicamente porque nas suas costas estavam escritos os nomes de jogadores que no início da época disseram ao senhor que estampa as ditas: “ Olá, muito prazer, o meu nome artístico é “x”, “y”, ou “z” “?

É sintomático, no entanto, [sintomático para não lhe chamar triste, incompetente ou risível] que, às tantas, no decorrer dos últimos jogos dê por mim a suspirar por alguns dos jogadores que foram dispensados em Dezembro e que muito jeito poderiam vir a dar neste desgraçado final de época. Tanto assim é que estou tentado a, para o ano, além dos habituais pedidos ao Pai Natal de um carro telecomandado, um saco de berlindes e a subscrição anual dos livros do Tio Patinhas, também pedir encarecidamente aos dirigentes do meu clube que não façam qualquer mexida na equipa. Só quem não se recordar das movimentações do Benfica nas últimas reaberturas do mercado de futebol é que pode estranhar este meu pedido.

Entretanto começa-se a interiorizar no meu cérebro inibido, que continua de armazenar e divulgar fotografias mentais como pudemos constatar logo no primeiro parágrafo, a ideia de promover uma venda de rifas cujo prémio único será a aquisição de um lugar cativo para a época de 2007/08 para o “mujahidin” que actual e desgraçadamente se encontra sentado 3 filas atrás de mim. Vocês, que se encontram num raio de aproximadamente 20 m2 de mim, na Bancada Sapo, 3º Piso, sabem do que eu estou a falar e estou certo que não deixarão cada um de adquirir a sua rifa.

E esta dor de cabeça que não me larga.


p.s. aos que buscavam uma crónica detalhada sobre o que se passou no jogo de ontem, aconselho uma visita, que nesta altura já deveria ser obrigatória para todo o benfiquista que se preze, ao blogue de um dos meus companheiros de escrita aqui na "Tertúlia", e que pode ser encontrado ao digitarem as palavras http://spiny-norman.blogspot.com/ no vosso browser.

 
por Superman Torras - 18:21 | link | 9 comentário(s)
A táctica e a estratégia.
Eu me confesso treinador de bancada. Se fosse ‘treinador’ de comentário televisivo, diria coisas como desenho táctico, basculação(?), verticalidade ofensiva, horizontalidade defensiva, densidade de jogo, profundidade atacante e pérolas afins. Se fosse um treinador como Fernando Santos diria ainda acredito, ainda é possível, estamos tristes, temos de conversar. Mas não, não sou especialista e falo aqui apenas como leigo. Como tal, perdoem-me o atrevimento da ignorância.
Como treinador de bancada, ontem vi um Benfica que vive do querer, da vontade e da entrega de todos os que estiveram em campo e do talento de muitos dos que estiveram em campo. Tenho a sensação de que os nossos futebolistas aprenderam onde se colocar em campo, mas que, depois, aquilo não sai. Parece que a equipa está a vestir um fato que lhe não serve. Chega a ser confrangedor ver como a entrega de futebolistas da estirpe de Léo, de Rui Costa, de Petit ou de Miccoli se esbate perante o nada que é a concretização prática das, certamente belas e envolventes, teorias, tácticas, ideias, conceitos ou seja lá o que for que o treinador tenta implementar. Dizem-me que é a “táctica do losango”. Mas que raio de coisa é essa? É a disposição de quatro jogadores no meio campo e as consequentes movimentações de todos os outros em função desses quatro? Não sei. Sei que, ontem, os rapazitos da outra equipa até iam sabendo o que fazer à bola quando a tinham. Os nossos viviam do querer, da vontade e do talento. Ontem, não empatámos devido à táctica, nem apesar da táctica do losango à F. Santos. Tal como não perdemos este campeonato devido à táctica ou apesar da táctica do losango à F. Santos. Isso seria dar demasiado crédito a uma coisa que ainda ninguém percebeu muito bem o que é.
Assim, tenho de agradecer aos futebolistas este terceiro lugar, tal como tenho de lhes agradecer o empate de ontem. Se eles fossem futebolistas da estirpe dos nossos adversários, estaríamos ainda numa posição pior. Uma vez que são de qualidade e entrega acima do comum, colmatam a falta de orientação da equipa e conseguem levar o Clube até ao terceiro lugar.
Como este post provou à saciedade, de tácticas não percebo e, certamente, cometi muitas injustiças neste arrazoado de prosa.
No entanto, de estratégias tenho, perdoem-me a imodéstia, algum conhecimento. Sei que a estratégia de um Clube é definida pela Cabeça do mesmo. Se a Direcção considera que isto é táctica para manter, então a estratégia seguida parece-me profundamente errada. Se a Direcção do Clube decidir manter, para a próxima época, este responsável pela mísera época que estamos a fazer, passa então a ser um erro estratégico. Esses (os erros estratégicos) são mais perigosos e pagam-se muito caro. A Direcção pagará caro esse erro em futuras eleições e o Clube pagá-lo-á com mais um ano a adiar a vivência da sua real dimensão. Este último é o custo que me preocupa.
 
por Pedro F.Ferreira - 15:52 | link | 14 comentário(s)
domingo, abril 29, 2007
Adeus...
Um mau jogo de futebol entre duas equipas muito fraquinhas que mais não fizeram do que oferecer o título ao Porto que, mesmo perdendo, ganhou. Terá sido por isso o nosso ADEUS.
O Benfica fez um mau jogo de futebol, ressentindo-se demasiado da ausência de Simão o que veio a agravar-se com um golo tão madrugador do Sporting. No Benfica, notei sobretudo um evidente défice de condição física que não lhes permitiu nunca pressionar o adversário no seu meio-campo, dando espaços enormes nas proximidades da nossa grande área. Quanto ao resto, é impressionante aquilo que o Nuno Gomes não joga (perdoem-me os seus defensores), é impressionante a quantidade de passes que o Rui Costa falhou, é impressionante como o Mantorras coxeia e é impressionante aquilo de que é capaz o Miccoli, sem dúvida o melhor do Benfica.
Foi o Adeus definitivo ao título. Mas uma equipa que não é capaz de ganhar ao Porto e Sporting em casa, numa altura decisiva do Campeonato, não merece de facto ser campeão pelo que o título parece estar bem entregue. Para o ano, há mais.
VIVA O BENFICA!
Apenas mais uma nota: O Sporting mostrou bem a sua condição quando numa altura em que o que parecia mais interessar a uma e outra equipa seria a vitória, faz entrar um defesa (Tonel) para o lugar dum avançado (Romagnoli). Enfim, o primeiro dos últimos parece agradar...
 
por bem litrado - 22:53 | link | 14 comentário(s)
O pré-jogo
Em dia de derby, podendo ficar a dois pontos do primeiro, um adepto apaixonado, na irracionalidade da sua paixão, procura sinais. Sinais de como irá correr logo. Se chover até ás duas da tarde, perdemos. Se não aparecer nenhum carro naquela curva da marginal, antes de chegar ao semáforo, é porque ganhamos.
Faz um derby na playstation, põe-se aquilo na máxima dificuldade para ser a sério, e ganha-se 2-0. Simão e Mantorras.
Olha-se o calendário e percebe-se que quem vai á frente dificilmente perderá mais algum ponto. E pensa-se naqueles jogos em que podíamos e devíamos ter ganho. Podíamos estar na frente, já.
Em dia de jogo, em dia de um jogo como o de logo, anda-se assim meio aéreo.
"Eles" são bons, jogam bem, fizeram-nos a folha na época passada na Luz. Mas já lhes ganhámos em casa deles, nada a temer.
Jogamos em casa, somos mais fortes e ainda acreditamos.
Em dia de jogo afastamos todas as evidências de uma equipa perdida em equívocos tácticos, gestão desastrosa de recursos, planificação de época de vistas curtas, e por aí fora.
Uma sms, entre muitas, procura apaziguar a ansiedade perguntando: Como é, ganhamos?
Responde-se, sem hesitar:
"Há dúvidas?"
 
por P - 14:39 | link | 2 comentário(s)
Somos, naturalmente, favoritos.
Escrevo estas linhas seis horas antes do começo do jogo. Ao longo da semana o estado de espírito dos benfiquistas que conheço tem vindo a mudar: da desconfiança até à esperança, passando pela indiferença. O dos sportinguistas que conheço tem sido sempre o mesmo: o desejo de vencer a obsessão da sua existência… o Glorioso.
Falando dos nossos, pois dos deles falarão outros, mantenho o que desde há uns tempos venho defendendo: com o nosso actual corpo técnico qualquer ponto é um ponto ganho. Apesar disso, há premissas que se não abandonam nem mesmo com Santos no banco de suplentes: na nossa Casa temos obrigação de vencer seja que adversário for, desde os maiores da Europa até clubes como o Sporting. Por vezes, pode acontecer que não cumpramos essa obrigação, mas isso só se perdoa se o adversário se superar. Na nossa Casa, a vitória é um imperativo. Hoje, mais uma vez vou ao Estádio com essa convicção.
Temo a fragilidade da defesa com a ausência do Luisão. Temo a inflexibilidade táctica do Benfica de F.Santos. No entanto, sei que futebolistas como Petit, Rui Costa e Simão não permitirão que haja quem baixe os braços. Gostaria de ver um público capaz de puxar pela equipa e uma equipa que consiga entusiasmar os benfiquistas.
Vou com a convicção de que não seremos capazes de um futebol excelente durante 90 minutos, mas vou também com a convicção de que nos bastam 70 minutos de concentração e respeito pelo adversário, e, essencialmente, 20 minutos “à Benfica”. É nesses minutos “à Benfica” que residem as minhas esperanças. É nesses minutos em que aquele símbolo transforma homens em heróis que reside a minha confiança. Há que assumi-lo sem embaraços: o nosso Benfica é, naturalmente, favorito. Saibamos todos (adeptos, futebolistas e treinador) estar à altura desse facto.
Vou, também, com a certeza de que independentemente do que acontecer, independentemente de protagonistas ou resultados, independentemente de tudo o que é acessório, o essencial permanecerá: a paixão pelo Sport Lisboa e Benfica.
 
por Pedro F.Ferreira - 14:33 | link | 1 comentário(s)
sexta-feira, abril 27, 2007
Estádio Da Luz - Benfica

Este vídeo mereceria aparecer no blog sem qualquer texto que o acompanhasse, mas não resisto à tentação de, em breves e sintéticas palavras, dar a receita para domingo:

- 11 guerreiros
- 60 mil índios
- 1 treinador sagaz

*à falta de melhor, contentar-nos-emos se duas destas três premissas se realizarem.


 
por Superman Torras - 19:00 | link | 7 comentário(s)
terça-feira, abril 24, 2007
A insustentável leveza de ser adepto do Benfica
Estava numa comemoração de três aniversários - filha, mãe e avó - quando começou o jogo do Benfica com o Marítimo. Em cerca de 30 pessoas, fui o único a perguntar se a casa tinha SportTV. Tinha. Sentei-me assim que pude no melhor lugar da sala, mas não fui a tempo de ver o prometedor e pressagioso primeiro lance do Miccoli. De vez em quando, aparecia um ou outro conviva que me perguntava se eu "ainda acreditava". Ri-me e fui respondendo que sim. O problema começou quando os convivas decidiram fazer-me companhia: "é penálti! é penálti: só lá vão com favores!"; "este Quim não joga nada!"; "sem o Simão, não são equipa!"; "quem é que disse àquele Nélson que ele sabia jogar à bola?"; "o Benfica é uma miséria: quando vi os jogos da pré-época na Suiça, decidi que este ano ia ser do Porto - não estou para passar estas vergonhas"; "só coxos"; "olha a Amélia, olha a Amélia... só sabe mexer no cabelo, não joga nada"; "estes dois gregos vieram fazer o quê?"; "no Porto é que eles jogam"; no Sporting é que sabem formar jogadores, o Benfica não". E por aí diante. "Raios! Antes tivesse ido parar a um antro de lagartagem e andrades", pensei. Primeiro golo do Benfica: ninguém festejou. Mas o silêncio durou pouco tempo: "é o segundo penálti: estão a ser levados ao colo, é uma vergonha". E por aí diante, já se sabe. O Benfica marca o segundo golo. Festejei sozinho no silêncio da sala. Quando começou o período de compensação, levantei-me e saí: estava farto e o resultado estava feito. Diligentemente, alguém me foi chamar à rua, porque o Benfica ia marcar um penálti. Quando entrei na sala, estavam doze pares de olhos pregados ao televisor à espera de que o Katsouranis marcasse o penálti. E foi então que eu li nesse brilhozinho magoado dos olhos dos meus convivas a insustentável leveza de ser benfiquista, essa fobia ao poder, ao domínio, esse eterno e insustentável sentimento de culpa por pertencer aos mais fortes. O que leva estes adeptos a criticarem o Benfica é o mesmo motivo que nos leva a dizer instintivamente que temos dificuldade em estacionar o carro quando alguém se queixa de que não tem dinheiro para comprar um carro. Vamos lá, eu percebo esta insustentável leveza, mas não massacrem o resto da malta, ainda que tenhamos um comportamento eticamente reprovável.
 
por pedrov - 08:11 | link | 18 comentário(s)
segunda-feira, abril 23, 2007
"Fair play" à moda dos andrades.

Entre o final do jogo Belenenses-Braga e o início do FCP-Belenenses decorreram 68 horas.
"Belenenses tentou adiar jogo para segunda-feira, F.C. Porto recusou." (link)

Liga Portuguesa de Futebol Profissional
Regulamento de Competições

Artigo 15.º
(Alteração dos Jogos)

2.
Quando o Clube visitante tenha de realizar qualquer jogo oficial de competição nacional ou internacional, previamente fixado para a mesma semana ou para a anterior, as alterações só podem ser autorizadas por acordo deste, desde que entre o final de um jogo e o início do outro se verifique um intervalo inferior a 72 horas e o jogo seja objecto de transmissão televisiva.

 
por Anónimo - 12:37 | link | 9 comentário(s)
domingo, abril 22, 2007
Soltas e breves.
O jogo de ontem frente ao Marítimo (link) foi o possível: morno, com oportunidades desperdiçadas, com um meio-campo lento a atacar e brando nas marcações. Ainda assim, dava para Miccoli rematar ao poste, Nuno Gomes rematar para fora e Rui Costa rematar à base do poste. Isto é, dava para ganhar com justiça e um pouco menos de azar. Na segunda parte, quase tudo se manteve igual, apenas com a diferença de que a bola começou a entrar na baliza. Destaque especial para Miccoli pelos golos e Rui Costa pela clarividência e qualidade. A vitória foi justíssima.
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A arbitragem. Há sempre dois momentos por época em que, em caso de dúvida, os árbitros não penalizam o Glorioso: nas primeiras duas jornadas, e depois de terem, cirurgicamente, contribuído para o “funeral”. Agora que cumpriram a missão encomendada pelos arguidos do costume, já podem não marcar penálti quando o braço do Petit bate na bola no mesmo movimento em que o tenta desviar da mesma; já podem marcar penálti quando o defesa do Marítimo, no último minuto e com o Benfica a vencer por 2-0, corta a bola e derruba o Manú (por esta ordem).
Agora, seguir-se-á a gritaria hipócrita do costume.
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A atitude de Hermínio Loureiro relativamente à violência das claques é cobarde e tardia. Se tivesse sido tomada imediatamente a seguir à nojenta demonstração de incivilidade da claque do “Macaco” no nosso Estádio, então seria corajosa e atempada. Mas não, surgiu quinze dias depois. Foi o tempo de alijar responsabilidades para todo o lado menos para os verdadeiros responsáveis.
Mas atenção que Hermínio Loureiro não está solitário. O Conselho Nacional Contra a Violência no Desporto vai mais longe: Os membros do CNCVD «criticaram o Benfica e a Polícia de Segurança Pública pela “dificuldade na coordenação” no “clássico” com o FC Porto e condenaram os incidentes protagonizados pelas claques.» Criticam quem não cometeu algum crime e condenam as claques!? Ao não imputarem, objectivamente, a responsabilidade do crime aos criminosos, estes senhores apenas legitimaram o crime. Bem podem limpar as mãos à parede.
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Mais uma excelente razão para comprar o jornal "O Benfica": as sempre oportunas crónicas de Alberto Miguéns. (link, link)


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Eusébio da Silva Ferreira, neste momento difícil todo o Benfica está contigo. Festejámos contigo, sofremos contigo e contamos contigo. Até breve e lá nos encontraremos em casa, no Estádio da Luz. (link)
 
por Pedro F.Ferreira - 12:03 | link | 3 comentário(s)
sexta-feira, abril 20, 2007
Leituras aconselhadas.
Ninguém é dono da verdade e há opiniões que, embora com elas não concorde na totalidade, merecem um destaque idêntico à reflexão que motivam.
Assim, não posso deixar de destacar e de trazer a este blogue excertos de dois textos que li e que vos convido também a ler.

1)Em defesa de Fernando Santos” é um texto de Bruno Prata no “Público” de hoje. Ao fazer a defesa possível de Fernando Santos, o autor do texto não deixa de reflectir sobre a falta de coerência (ainda que ele não a qualifique deste modo) dos jornais desportivos.
Aqui ficam alguns excertos, mas aconselho a leitura integral aqui.

«A cabeça de Fernando Santos, mais do que posta a prémio, foi praticamente degolada pela imprensa desportiva no dia a seguir ao empate cedido pelo Benfica frente ao Braga. Trabalhos semelhantes publicados nos jornais A Bola e Record afiançavam não só que o técnico apenas escaparia ao despedimento caso garantisse o apuramento directo para a Liga dos Campeões (e o Record acrescentava que mesmo
isso "pode não chegar"...)
[…]
Por outro lado, e mesmo tendo em conta que os jornais fizeram o seu trabalho, alguma coisa faltará explicar se levarmos em conta que os dois diários referidos e também O Jogo garantiam ontem que, afinal, Fernando Santos continua a ter o apoio
incondicional do presidente do Benfica. Bastou uma visita de Santos ao hospital onde Luís Filipe Vieira estava internado a recuperar de uma pneumonia para que as informações do dia anterior e as manchetes a toda a largura perdessem actualidade e dessem lugar a novas teorias e a notícias contraditórias e mais envergonhadas, mas, ainda assim, com destaque significativo nas primeiras páginas.
[…]
Em apenas 15 dias, o Benfica estragou a carreira europeia e comprometeu a corrida ao título, deixando ainda complicado o apuramento directo para a Liga dos Campeões. Mas é bom ter também em conta que o mesmo Benfica efectuou esta época 14 jogos europeus, mostrou muita qualidade durante vários períodos da época, tem mais cinco pontos do que Ronald Koeman tinha há um ano e só falhou o título nacional porque não conseguiu melhor do que um empate na Luz com o FC Porto (alguém duvida de que com uma vitória nesse jogo jamais o Benfica sairia da liderança?). O balanço está longe de ser positivo. Mas podia ser melhor numa equipa em que o ponta-de-lança (Nuno Gomes) precisa de 313 minutos para marcar cada um dos seus parcos seis golos?»
(link)



2) “De que falamos quando falamos de crise?” é um texto de LF no blogue “Vedeta da bola”. Neste excelente post, o autor provoca um conjunto de reflexões muito interessantes sobre a facilidade com que se atribui a responsabilidade do fracasso apenas ao treinador.

Aqui ficam alguns excertos, mas aconselho a leitura integral aqui.

«O Benfica não perde para o campeonato há 15 (!!) jogos. Trata-se da melhor equipa da segunda volta da nossa Liga, na qual conquistou, não esqueçamos, três pontos ao F.C.Porto. Continua invencível em casa para as provas nacionais, e mesmo nos sete jogos internacionais que realizou na Luz, apenas foi derrotado por um super-Manchester United, e, diga-se, com um toque de injustiça. Há muitos anos que os encarnados não tinham tantos pontos à 25ª jornada da Liga, contando inclusivamente com a época em que se sagraram campeões, título que, como sabemos, foi conquistado com uma das mais baixas pontuações de sempre, bem como com as épocas de Camacho e Koeman.
[…]
Em vez de apostar no reforço da estrutura campeã, a direcção encarnada optou por lhe desferir mais uns golpes, dispensando Geovanni e deixando sair de forma estranha e mal explicada o talentoso Manuel Fernandes. Ao contratar Miguelito, Manu, Paulo Jorge, Diego Souza e Kikin Fonseca, o Benfica, mais do que reforçar, desestabilizou. Katsouranis foi a excepção que confirma a regra, e Rui Costa é um caso especial.
[…]
O presidente do Benfica, que gosta de gritar muito alto que vai ganhar este mundo e o outro, que explora até à exaustão "fait-divers" como a entrada no Guiness, que fala quando tem razão e quando a não tem, devia ponderar sobre a forma como a sua equipa de futebol se tem vindo a desfigurar, do dinheiro mal gasto em contratações falhadas (quase duas dezenas desde o título) e da forma como o clube não soube ou quis manter elementos de grande qualidade (Miguel, Tiago, Manuel Fernandes, Geovanni) e outros que eram importantes ao nível do balneário. A conversa dos “novos-heróis” ou da espinha dorsal não passou disso mesmo, pois a convulsão tem sido constante, e restam apenas pouco mais de meia dúzia de jogadores do plantel campeão.»
(link)



Para ler e reflectir.
 
por Pedro F.Ferreira - 20:01 | link | 9 comentário(s)
Não falta mais nada
Depois de bolas no poste, bolas na trave, oportunidades desperdiçadas de forma inacreditável, defesas impossíveis dos guarda-redes adversários, fiscais de linha com perturbações visuais graves, a perspectiva de ter que aturar o Fernando Santos por mais um ano, só faltava que o melhor jogador do Benfica se lesionasse. Pois, faltava... mas já não falta. (link)
 
por bem litrado - 14:02 | link | 6 comentário(s)
quarta-feira, abril 18, 2007
Alguém viu por aí o ponto um do Código Deontológico? *


O D’Arcy é que tem razão: a única forma de aguentar a penúria de um fim anunciado é começar a preparar o recomeço. Os jornalistas desportivos sabem-no. Sabem que o que lhes garante a subsistência são as vendas. Sabem que o mar em que mais pescam é o mar benfiquista. Para o melhor e para o pior. Os jornalistas sabem que, hipotecadas precocemente as hipóteses de sucesso, o que vende é a especulação da antecipação da próxima época.

Hoje atacaram em força. Hoje, aqueles que eliminaram o Pinhalnovense no campo do Barreirense jogam contra os de Aveiro, mas as parangonas dos jornais não trazem nada disso. Trazem a especulação. Antecipam saídas e chegadas. Começou cedo o exercício de que mais gosta a maralha dos jornais: à investigação preferem a especulação.

Todos dizem que o Santos vai sair. Um diz que o Katsouranis vai sair. Alguns já dizem que virá o Eriksson ou o Camacho (link). Daqui a uns tempos lançarão o pânico e dirão Peseiro, Paulo Sousa ou Santos. Depois voltarão ao que é internacional e dirão Le Guen, Gerets e palermices afins. Voltarão a Eriksson e Camacho quando nenhum dos outros já vender. Serão três meses de escarros no código deontológico.

Eles sabem bem o que nós, benfiquistas, queremos ler. Eles sabem bem lançar o isco. Eles sabem bem que nada daquilo é realidade. Eles sabem bem que, se não lhes comprarmos a ilusão (a mentira) publicada, a realidade deles é a falência declarada.

* 1.O jornalista deve relatar os factos com rigor e exactidão e interpretá-los com honestidade. Os factos devem ser comprovados, ouvindo as partes com interesses atendíveis no caso. A distinção entre notícia e opinião deve ficar bem clara aos olhos do público. (link)

 
por Pedro F.Ferreira - 12:36 | link | 20 comentário(s)
terça-feira, abril 17, 2007
Pinto da Costa, o arguido, 25 anos de presidência e muitos títulos.
Títulos do "Correio da Manhã":
- [As pressões exercidas por Pinto da Costa para que Deco, jogador do FC Porto, não fosse punido no caso que ficou conhecido como o da ‘bota] (link)
- [As pressões de Pinto da Costa no caso Mourinho/Rui Jorge] (link)
- [Valentim Loureiro e Pinto da Costa faziam questão de manter uma boa relação com magistrados e polícias que mais tarde poderiam ser “úteis” noutro tipo de circunstâncias.] (link)
- [Morgado investiga aliciamento a jogadores. A final da Supertaça entre FC Porto e União de Leiria, referente à temporada 2002/2003 é uma das partidas que está sob suspeita] (link)
- [Valentim Loureiro e Pinto da Costa são suspeitos de tráfico de influências sobre magistrados da Comissão Disciplinar da Liga devido a três processos disciplinares, os conhecidos casos Mourinho, Deco e Maniche] (link)

Títulos do "Público":
- [O major Valentim Loureiro terá feito tráfico de influências para ajudar Jorge Nuno Pinto da Costa e Sousa Cintra] (link)
- [Pinto da Costa constituído arguido no caso "Apito Dourado"] (link)
- [Pinto da Costa indicou árbitro para a final da Taça de 2002/2003] (link)
- [Pinto da Costa ouvido sobre alegada fuga para Espanha antes de busca à sua casa] (link)

Títulos de outros órgãos de comunicação social:
- [Ministério Público decidiu reabrir o processo contra Pinto da Costa, relativo a indícios de corrupção no Estrela da Amadora-FC Porto da época 2003/04] (link)
- [Escutas comprometem F. C. Porto e Boavistaapito dourado: Conversas entre António Araújo e Pinto da Costa sobre oferta de prostitutas a Jacinto Paixão e auxiliares.] (link)
- [Os «rebuçados» e a «fruta» de Pinto da Costa: escutas envolvem dirigente em escândalo com prostitutas e aliciamento a árbitros] (link)
- [Apito Dourado: Pinto da Costa arguido: suspeito de tentar prejudicar o Benfica em jogo contra o Nacional] (link)
- [O presidente do FC Porto é suspeito de ser o mandante das agressões ao ex-vereador da Câmara de Gondomar.] (link)
- [Ex-mulher acusa Pinto da Costa de ter ordenado sova a Ricardo Bexiga] (link)
 
por Anónimo - 20:00 | link | 10 comentário(s)
Sorte - - - - - - - - (a preencher pelo leitor atento)

Indelével. Inolvidável. Impressionante.

Além de serem três palavras parecidas, na forma e no conteúdo, também têm outra característica em comum, e que é a seguinte: no futuro, nenhuma delas será empregue para definir a época de 2006/2007 do Benfica.

Ontem escreveu-se apenas mais um capítulo na triste história que terá o seu final em meados de Maio. É, por todas as razões, uma altura tremendamente difícil para o adepto: por um lado, é virtualmente impossível ficar contente ou desejar uma derrota do seu clube, ainda para mais quando esse resultado significa a ultrapassagem na tabela classificativa por um dos seus rivais; por outro lado, colhe-se a sensação de que, quanto maior a tempestade, mais hipóteses há de a cúpula directiva se decidir pela substituição do treinador, fonte primeira de todos os males que assolam o futebol benfiquista nos dias que correm.

Ok, provavelmente estarei a ser injusto e, além do responsável pela entrada do Mantorras aos 45’ de jogo de ontem, dando-lhe mais minutos num jogo do que havia dado em quase toda a 1ª volta, curiosamente, ou não, logo após uma tomada de posição do jogador exigindo mais oportunidades, também há que alargar a critica ao responsável pela preparação (?) física do conjunto, pois é por demais evidente que, utilizando um português corrente “os jogadores não podem com uma gata pelo rabo”.

Essa seria, aliás, uma das minhas primeiras perguntas caso, por absurdo e megalómano que este pensamento vos possa parecer, me fosse dada a hipótese de estar cara a cara com o treinador da nossa equipa: “Quais as razões objectivas que estiveram por detrás da escolha de um jovem com pouco menos de 20 anos e sem qualquer tipo de experiência comprovadamente positiva nos anteriores clubes pelos quais passou na sua ainda curta carreira profissional, para liderar a preparação física de um conjunto como o do Benfica, que no início da época já sabia que este seria além do mais um ano tremendamente desgastante, pois além de se seguir a um Mundial também principiou 1 mês mais cedo do que os restantes clubes devido à pré-eliminatória da Liga dos Campeões? E qual a relação causa/efeito, se é que a houve, de o último nome desse preparador físico ser Moura?”

Acontece que o Fernando Santos não pediu a ninguém para vir treinar o Benfica, portanto a SAD e o seu responsável máximo, Luís Filipe Vieira, não se podem eximir à responsabilidade por tudo quanto se está a passar esta época e que apenas não tem originado manifestações de desagrado por parte da massa adepta do Benfica, porque a sinto muito amorfa e estupidamente entregue à sua sorte. Sorte esta que mais parece ter sido importada directamente da estória da Cinderela, porque não consigo imaginar sorte mais madrasta…

Não defendo chicotadas psicológicas a meio da época e concordo com quem diz que esta foi uma das grandes evoluções que o Benfica teve nas últimas épocas, ou seja a manutenção do treinador mesmo aquando do surgimento de 2 ou 3 resultados menos positivos. No entanto, cada regra tem sua excepção e se bem que, a acontecer, esta chicotada configuraria uma admissão de culpa por parte de Luís Filipe Vieira, responsável máximo na escolha de Fernando Santos, por outro lado só erra quem lá está e, ainda por outro lado (é um problema bicudo como já vimos, pois os lados são imensos), há que colocar os interesses do Benfica acima dos interesses pessoais e tenho para mim que neste momento o Benfica deveria começar a preparar a próxima época com um novo treinador, entregando ao Chalana a responsabilidade de orientar a equipa nos jogos que restam desta não indelével, não inolvidável e não impressionante, temporada.

Não queria, também, deixar de referir alguns pormenores de que me apercebi ontem no estádio:

  • Katsouranis, acima (ou abaixo para ser mais preciso) de todos os outros, é aquele que me parece estar pior fisicamente. Chega a ser quase desumano obrigá-lo a jogar naquelas condições e quem apenas visse estes últimos 3 / 4 jogos ficaria com uma ideia completamente desfasada da realidade do valor que ele inegavelmente tem;

  • Ovação para João Vieira Pinto. Não participei. Respeito todavia tudo o que fez pelo Benfica, teve o azar de, tal como eu (embora ele da parte de dentro e eu na parte de fora) estar presente na pior fase da história do clube e ,portanto, também não o apupei;

  • Miguelito, provavelmente o pior lateral esquerdo da 1ª divisão. Não? Só pode, para ser preterido a um defesa central recém chegado ao futebol europeu e que só está a jogar devido à ausência de um dos centrais titulares, mas que nem por isso deixou de ser primeira opção para substituir o Leo quando chegou a hora de apostar na vitória;

  • “Apostar na vitória”, estranho, pensei que tivéssemos que apostar neste resultado logo de princípio, mas admito estar equivocado e que aqueles 45’ iniciais tenham sido mais do que um longo bocejo;

  • Antes do jogo com o Beira-Mar, Rui Costa não tinha, e passo a citar, “condições físicas para jogar 90 minutos”. Passados uns dias, e depois do comprometedor empate de Aveiro, milagre!!, já passou a ter condições para fazer não 90 mas 180 minutos, cumpridos no espaço de poucos dias, nos jogos disputados com Espanhol e Braga;

  • Lembrete pessoal: passar a levar um lenço branco para a Luz. Além de servir para me assoar nesta época de constipações, nunca se sabe que outras insondáveis utilizações este utensílio poderá vir a ter (e se tiver dúvidas, pergunto ao Pedro F.);

  • Voo da Águia Vitória: já estou como o outro que diz que hoje em dia, se queremos evitar sofrimentos e figuras tristes, o melhor é chegar ao estádio 30 minutos antes do jogo, aproveitar para meter a conversa em dia com os companheiros de sofrimento, assistir ao momento alto da noite e sair antes do árbitro apitar para o início da partida.
 
por Superman Torras - 12:40 | link | 17 comentário(s)
Vistas bem as coisas, até ganhei o dia.
Em Janeiro, quando fui com o D’Arcy, com o S.L.B. e com o TMA ver o Benfica ao Restelo, falei-lhes sobre os dois paradigmas que me davam ânimo para continuar a acompanhar todos os jogos do nosso Clube em casa (e alguns fora):

1) Partir do pressuposto de que, com este treinador, qualquer ponto conseguido é um ponto ganho;
2) Depois de tanto tempo a suspirar pelo regresso do Rui Costa, aproveitar o maior número de oportunidades para o ver jogar ao vivo.

Nessa altura, em Janeiro, o campeonato parecia-me irremediavelmente perdido. Depois, em virtude de uma sequência de vitórias nossas e de maus resultados alheios, voltámos a depender de nós. À maneira de Fernando Santos, perdemos.
Ontem, voltámos a empatar mais um jogo para o campeonato (link). A bola na barra lá surgiu, o anti-jogo adversário idem, a arbitragem saloia também. No final, apesar dos pesares, grande parte do público aplaudiu e gritou “Benfica”. O Petit e mais um (Quim) ou outro futebolista lá agradeceram tamanha (e inesperada) generosidade. Afinal, os espectadores viram que não lhes faltou vontade: a alguns faltou talento, a outros faltou força, a outros faltou sorte e à equipa faltou um treinador.
Cheguei a casa lixado, estava a ficar com uma expressão facial idêntica à do supracitado treinador: aquela cara de quem vai de uma Missa solene para o funeral de um Subsecretário de Estado. Não adianta, nem vale a pena! Há, neste momento, a necessidade de recordar os tais dois paradigmas.
Desta forma, resta concluir que ontem ganhei o dia: conquistámos mais um improvável pontito e tive a possibilidade de ver jogar o Rui Costa durante noventa minutos. Noventa minutos inteirinhos mais os descontos e tudo.
 
por Pedro F.Ferreira - 10:33 | link | 20 comentário(s)
segunda-feira, abril 16, 2007
A leitura dos factos.
O inefável Rui Santos, numa demonstração da sua supina inteligência e argúcia, disse, no seu “Freak Show” televisivo de ontem, que o Benfica não ganhou nenhum dos quatro últimos jogos com o Rui Costa em campo.

Até o jornalista que o acompanha para fingir que aquilo não é um monólogo se sentiu na obrigação de intervir, dizendo que lhe parecia um abuso estabelecer qualquer relação de causa/efeito. Rui Santos, então, escancarou um sorriso pacóvio e disse «estou, simplesmente, a constatar um facto». Repetiu, muito orgulhoso da gracinha, o facto que constatou e lá continuou a repetir-se durante mais uma boa meia hora.

A SIC, incluindo a SIC Notícias, tem ao longo dos últimos três anos perdido audiências… desde que o Rui Santos por ali arranjou uma gamela. Estou apenas a «constatar um facto».

 
por Anónimo - 13:33 | link | 15 comentário(s)
domingo, abril 15, 2007
Em defesa de Nuno Gomes.



Julgar o Nuno Gomes apenas pelo que fez esta época é, na minha opinião, um erro e uma injustiça.
Julgar o Nuno Gomes apenas pelos golos que falha é, na minha perspectiva, tão obtuso como julgá-lo apenas pelos golos que marca.
Desde que jogou pela primeira vez pelo Benfica, na época de 1997/1998, o Nuno Gomes tem sido opção de todos (todos!) os treinadores que com ele trabalharam no nosso Clube: Manuel José, Mário Wilson, Graeme Souness, Shéu Han, Jupp Heynckes, Jesualdo Ferreira, Fernando Chalana, José António Camacho, Giovanni Trapattoni, Ronald Koeman e Fernando Santos. Foi opção, válida e regular, na Fiorentina: participou em 30 jogos na primeira época e em 23 na segunda.
Como ponta-de-lança, Nuno Gomes não tem apenas a função de marcar golos. Tem a função de criar espaços, levando defesas na marcação; tem a função de criar jogo; tem a função de ser inteligente na forma como se posiciona em campo. Tem a função de se adaptar aos diferentes esquemas tácticos dos diferentes treinadores. Tem a capacidade de jogar para a equipa e não de pôr a equipa a jogar para ele.
Desde que regressou da Fiorentina, só fez uma época inteira sem lesões (a corrente). É minha convicção de que não ganhou o troféu de melhor marcador do campeonato transacto porque um sarrafeiro dos Belenenses lhe causou uma lesão gravíssima que o arredou da luta pelo dito troféu. Individualmente, não precisa desse troféu para provar nada.
Quem aprecia futebol, aprecia a técnica e a inteligência do Nuno Gomes em campo. Fora do campo, basta ouvir o testemunho dos seus colegas para se aquilatar da sua importância.
No entanto, as críticas são várias. Algumas tão mesquinhas como as que teve que ouvir outro grande futebolista do Benfica: o Néné. (Tenham calma os mais assanhados, pois não estou a estabelecer nenhuma comparação entre os dois enquanto futebolistas. Estou apenas a falar da gratuitidade de algumas críticas que são parecidíssimas em ambos).
Ouvir, ler, ver benfiquistas a ridicularizar um futebolista como o Nuno Gomes provoca em mim a sensação de que se está a cometer uma grande injustiça para com um futebolista que muito orgulho tenho em que já leve oito épocas de águia ao peito. Esta sensação de que se está a cometer uma grande injustiça mais se justifica quando vejo um ou outro adepto na bancada do Estádio assobiar uma referência do clube (com oito anos de casa) e aplaudir alguns que nem oito meses de casa farão.
Obviamente que o Nuno Gomes comete erros. Também o Rui Águas, o Nené, o Filipovic, o Magnusson (apenas para falar de alguns dos que vi jogar) os cometeram. Entre o “deve” e o “haver”, o Nuno Gomes, tal como outros grandes futebolistas do Benfica, ainda continua a ter, na minha opinião, uma grande margem de crédito. E quando tenho dúvidas, lembro-me de vários jogos, entre os quais o das imagens que ilustram este post.
A memória é curta apenas para quem a não tem.
 
por Pedro F.Ferreira - 18:00 | link | 46 comentário(s)
sexta-feira, abril 13, 2007
Uma noite perfeitamente normal *

Facto: Fomos eliminados da Taça UEFA.

Pormenor: “Fomos” e não “foram”, como alguns benfiquistas de formação instantânea costumam dizer quando os resultados não correspondem aos seus anseios.

Nestes momentos existe a tendência, muito útil pois facilita imenso as análises que se fazem, de se procurar culpados individuais ou únicos ao invés de olhar para a “Big Picture”. Assim, ontem a culpa não irá certamente morrer solteira, mas também não há-de falecer simplesmente acompanhada por Fernando Santos, Nuno Gomes ou pelo azar, por exemplo.

Há, no entanto, aqui um binómio que pode ser interessante realçar e que implica duas das três entidades supracitadas. Esqueçamos, então, por agora o Nuno Gomes, e foquemo-nos no Fernando Santos e no Azar.

Provou-se novamente que o treinador que lá temos parece ter um qualquer pacto com a infelicidade (ao jogo, pelo menos), não dá hipótese, o homem puxa todos os deuses da má fortuna para si e, portanto, nem sequer a sorte ajuda a esconder as péssimas opções que, jogo após jogo, continuam a pôr a nu todas as suas imensas fragilidades como treinador de futebol. Destaco o momento das substituições: na televisão provavelmente não deu para reparar, mas no estádio foi visível a olho nu (toda esta nudez já me está a deixar ligeiramente excitado) que os jogadores entraram perdidos e os que já lá estavam dentro, se perdidos não estavam, perdidos ficaram. Ele era o Rui Costa a perguntar ao Katsouranis para onde deveria ir, o Mantorras a dizer ao Miccoli onde se devia posicionar e, o mais sintomático de tudo, é que, a partir das alterações, o Benfica não voltou a criar perigo. Nesta altura há perguntas que permanecem por responder, nomeadamente no que respeita ao posicionamento que os jogadores substituídos foram ocupar em campo, já que se me afigura de difícil compreensão os motivos que levaram o Derlei a ocupar a faixa direita, o Katsouranis a colocar-se numa posição meio híbrida de defesa lateral direito/médio-defensivo, quando naqueles últimos 10/15 minutos o Benfica precisava de marcar um golo, isto se queria passar a eliminatória.

O mais natural teria sido colocar os jogadores mais fortes fisicamente e que joguem melhor de cabeça à entrada da área, ou pelo menos nas imediações desta para acorrerem ao chuveirinho de que se revestiu, basicamente, o nosso jogo a partir do momento em que o Fernando Santos começou a mexer na equipa, pouco interessando para o caso se acabássemos o jogo com o David Luiz como ponta de lança ou o Miccoli como defesa lateral direito. Sempre se ouviu dizer que para alturas extremas, há que tomar medidas extremas. E ontem era um desses casos, penso, portanto, que faltou fazer algum trabalho de casa, pois a equipa e, particularmente, o seu (nosso) treinador deveria ter um plano b (já nem peço um plano c ou d ou e, porque isso implicava um treinador excepcional e eu, neste momento, contentar-me-ia com um treinador razoável) para utilizar no caso de se chegar à última meia hora com a eliminatória em aberto e com a balança perfeitamente equilibrada, com vista ao fecho da primeira e ao desequilíbrio da segunda.

Como prometi a mim mesmo não canalizar o ónus da responsabilidade todo numa só personagem, tenho de dizer, a bem da verdade, que a condição física dos jogadores em geral, e de alguns casos em particular, é péssima, e também ajuda a explicar algumas coisas, mas ao fim e ao cabo acabamos por ser mandados para fora da UEFA por uma equipa espanhola para lá de mediana; e temo, mas temo mesmo bastante, que também o campeonato seja neste momento apenas uma miragem. Infelizmente, para ele, o nosso treinador não se pode eximir a parte da responsabilidade da parca condição física apresentada (será apenas física ou também psicológica? Talvez um pouco despropositadamente lembrei-me da frase “Mente sã em corpo são”), pois cumpriu a ele a escolha do preparador físico; além de que se o plantel é constituído por mais de uma vintena de jogadores, seria perfeitamente normal e sinceramente mais compreensível que a equipa perdesse ou deixasse de ganhar um ou outro jogo “menor” por ter havido alguma rotação na equipa para poupar os jogadores mais importantes e mais desgastados para embates como o… de ontem. Como todos sabemos, não tem sido esse o entendimento do treinador e, pelo que me é dado a perceber pela recolha de opiniões várias e pela antecipação do futuro próximo, a situação será debelada para o ano com a feitura do plantel a ser maioritariamente da responsabilidade do Fernando Santos. Acreditar ou não nesta explicação depende de cada um e não será pretensão deste que vos escreve encaminhar o pensamento dos benfiquistas para aqui (sucesso) ou para ali (fracasso).

José Veiga e a sua ausência são outra das minhas preocupações actuais (imediatamente antes do pagar das contas da água, da luz e do gás, lá em casa). Não foi a presença do ex-empresário no balneário da equipa, ou nas suas imediações, sempre considerada pelo nosso Presidente como extremamente importante e definidora do que se pretendia para a gestão do futebol do Benfica? Se assim era, porque é que à demissão (?) do Veiga não se seguiu a sua substituição? Se se pensava que o Presidente poderia tomar como seus os problemas inerentes à gestão directa da equipa profissional de futebol penso que se incorreu num erro de apreciação do que é actualmente a gestão do Universo Benfica, e também se menosprezou a exigência do futebol profissional nos dias que correm; além de que, se a natural ausência do Luís Filipe Vieira teria como contrapartida o aumento de competências do treinador (sempre ele), à expressão “erro de apreciação” terei de acrescentar a palavra “crasso”.

Um último pormenor, nada mais do que isso, para ilustrar parte da minha noite de ontem, e que culminou com vários socos e um pontapé (que não de trivela) na cadeira mais próxima na ocasião, e reporta-se ao lance que ajuda a ilustrar a diferença entre jogadores que dão campeonatos e/ou eliminatórias e, desse modo, ajudam a esconder as incapacidades da equipa que representam, e os outros:

Trata-se da jogada em que o Rui Costa, sempre ele, ganhou espaço na área dos espanhóis e fez um cruzamento/remate que viria a encontrar, completamente desmarcados, 2 (dois!) jogadores do Benfica a cerca de 1 metro da baliza:

Terei sido dos poucos no Estádio que não viu o Nuno Gomes falhar esse lance. Não vi, simplesmente porque continuo a ser ingénuo (ia escrever “estúpido”) o suficiente para não imaginar que aquele lance não iria dar golo pelo motivo de não entrar na baliza (condição primeira para um golo ser marcado), mas sim porque o fiscal de linha o iria anular por um suposto fora-de-jogo. Então quando a bola saiu rematada pelo Rui Costa e eu me apercebi (eu e o Estádio) que iria encontrar completamente desmarcados dois jogadores do Benfica ao segundo poste, quando o guarda-redes estava a cobrir o primeiro, a não entrada da bola na baliza nem sequer me passou pela cabeça, pelo que a minha reacção instantânea foi olhar para o fiscal de linha para ver se este deixava a bandeirola em baixo.

E foi naqueles 2 segundos, se tanto, que fui do Paraíso ao Inferno. Sendo o paraíso o instante em que reparei que a bandeirola ficou em baixo e o inferno o momento em que, com a estupefacção natural de quem acaba de presenciar um episódio do Twilight Zone, verifico que os jogadores continuam a correr atrás da bola pelo simples motivo de esta não se encontrar anichada no seu lugar natural, ou seja, o fundo da baliza dos espanhóis.

* estou a ganhar coragem para escrever um post, que pode até nem chegar a ver a luz do dia, acerca das expectativas que todos, uns mais outros menos, temos no que concerne às prestações europeias do Benfica e à possibilidade de não estarmos a ser muito racionais ou razoáveis na fasquia que nos propomos suplantar.

 
por Superman Torras - 18:30 | link | 16 comentário(s)
Momentos
Por razões várias, esta época têm sido raras as vezes que tenho marcado presença na Catedral para assistir aos jogos do Glorioso.
Ontem, mais uma vez, tive de me contentar (ou não...) em assistir ao jogo na televisão.

Há dois momentos que queria destacar:
- O falhanço inacreditável do Nuno Gomes, com a baliza praticamente aberta ("conseguiu" acertar no GR). Pode parecer falta de modéstia minha, mas acho que eu não falhava aquele golo...
- Quando as câmaras focaram o Sven-Goran Eriksson ao lado do Toni, a assistir ao jogo. A propósito da possibilidade de ver o Eriksson novamente como treinador do Benfica, lembrei-me logo das palavras do 'Bom Gigante' José Torres: deixem-me sonhar...

PS: uma vez que este é o meu primeiro post, queria publicamente agradecer a honra do convite que o Pedro F.F. me fez para participar neste blog, honra essa que é tanto maior pelo excelente grupo de escribas que nele colaboram.
 
por tma - 11:01 | link | 9 comentário(s)
Notas soltas de uma noite tramada:
Ontem, não cheguei ao Estádio a horas de ver o início do jogo. Já levava quase uma dezena de minutos quando ocupei o meu lugar. O Corto já me tinha dado as coordenadas do seu lugar no Estádio. Estava no lado oposto ao meu. Estive entretido a ver o público e a olhar para a claque do Espanhol. Estavam no sítio onde ficara a claque dos andrades. Desta vez não houve petardos nem cadeiras. Tal como nunca houvera antes daquela gentalha por ali ter arribado.
O jogo estava desinteressante. O Fernando Santos lá estava, a gesticular, a ajoelhar-se num cantinho do banco a cada vez que há um canto no jogo. O jogo lá continuava. Por mim, como várias vezes esta época, aproveito mais uma oportunidade para ver o Rui Costa a jogar.
Ao meu lado há quem esteja nervoso, há quem esteja enervado, há quem esteja entusiasmado e há um ou outro indignado.
O David Luiz falha um golo que me parecia certo. O Nélson cruza para trás da baliza. O Rui Costa descobre um colega desmarcado que ninguém tinha visto. O Simão faz o que pode. O Petit dá o que pode. O outro, aquele que joga ao lado do David Luiz, hoje parece estar melhorzinho. O Quim saiu, e bem, a duas bolas cruzadas.

Intervalo:
Sacana do speaker!!! Não há que lhe meta o microfone pelas goelas? O Corto manda-me um SMS a perguntar se foi penálti sobre o Miccoli. Como ouvi na rádio o Coroado dizer que não foi, acredito que tenha sido.

Começa a segunda parte:
O Benfica está melhor. Ataca mais. O Fernando lá está no cantinho, agachado. Estão três a aquecer: o Mantorras, o Kats e um gajo que apareceu aí em Janeiro. O Benfica ataca. Gritei golo!! Mas os gajos não festejam porquê? O guarda-redes fez uma defesa impossível. O Miccoli chuta e a bola vai ao poste. O Rui marca um livre e a bola vai ao poste. O Mantorras, na pequena área, cabeceou para a bandeirola de canto. O Coroado, na rádio, diz que o Léo acertou nas patas de um espanhol. Se essa tola diz que foi penálti, deduzo que não foi. Acabou o jogo. O meu Benfica empatou o jogo. Em dois jogos, jogou três partes. Os outros jogaram quatro partes. Nisso esteve a diferença.

No fim do jogo, enquanto me dirijo para o repasto, oiço na rádio as desculpas e os pesares do costume, por parte do treinador do costume.
Chego a casa e vejo que o Mantorras, publicamente, critica as escolhas do treinador. Vejo que o treinador diz que o Nélson tem que ter um voto de confiança porque não tem… alternativa para o rapazito.

Por mim está tudo dito: perdeu-se uma eliminatória e perdeu-se um balneário. A falta de liderança costuma dar nisto.
 
por Pedro F.Ferreira - 00:49 | link | 7 comentário(s)
quinta-feira, abril 12, 2007
É uma dor de alma.

É uma dor de alma ver tanto azar junto: duas bolas no ferro (Rui Costa e Miccoli); falhanços inacreditáveis à frente da baliza (David Luiz, Nuno Gomes e Mantorras); o Ericksson a ver o jogo na bancada e o Fernando Santos a ver o jogo no nosso banco de suplentes.

(link)

 
por Anónimo - 23:43 | link | 1 comentário(s)
-inho
Não é uma boa altura para me pôr a escrever sobre o Benfica. Porque ando irritado com a nossa equipa. Ou melhor, ando irritado com o treinador da nossa equipa, sendo este um padecimento quase constante desde Julho, apenas esporadicamente atenuado por vitórias ou exibições mais conseguidas. Ando irritado com o Nandinho. Só consigo referi-lo assim: 'Nandinho'. Porque neste caso, o sufixo 'inho' fica-lhe tão bem. O 'inho', quando adicionado a um substantivo, confere-lhe um grau de diminutivo sintético. E assim, com um simples nome, conseguimos sinteticamente mostrar o grau diminuto da personagem em questão.

'Nandinho' rima com 'coitadinho', que é a expressão facial com que ele anda constantemente e a postura que ele gosta de assumir quando as coisas correm mal. É o azar, a fatalidade, o eterno fado de toda uma portugalidade que lhe pesa sobre os ombros. Como portugueses, tradicionalmente, nós não queremos sacudir esse fardo dos nossos ombros, e procurar um destino melhor. Não, nós aceitamos a carga com um suspiro de resignação, fazemos a nossa melhor cara de coitadinho, e lá vamos à nossa vidinha de costas curvadas debaixo do nosso fado. A culpa nunca é nossa, não fomos nós que pedimos o fardo nem fizemos nada para o merecer, é tudo culpa dos outros e, se não houver outros para culpar, é culpa de um azar qualquer, de um mau alinhamento dos astros ou do dia em que nascemos. 'Nandinho' rima também com um tão português cachucho no dedo mindinho, acompanhado do crucifixo ao pescoço, idas diárias à missa e peregrinações a Fátima, quem sabe na companhia do Padrinho, amigo do peito e também devoto confesso. 'Nandinho' lembra-me de 'pobrezinho', que é o futebol que temos apresentado, e o desempenho do nosso treinador no banco. Ele esbraceja, faz aquele gesto como quem distribui as cartas num jogo da bisca (eu até joguei à bola, mas ainda não consegui perceber que instrução é aquela, e duvido que algum jogador perceba), olha para os jogadores sentados, volta a fazer cara de coitadinho e deixa-os lá ficar sentados, enquanto abre os braços e parece soltar um lamento 'Porquê eu, meu Deus?'. E fica tudo na mesma, enquanto espera a intervenção divina para que algo mude dentro do campo.

Mas acima de tudo, 'Nandinho' rima com 'espinho'. Que é o que eu tenho cravado no coração desde que vi o nosso presidente apertar a mão a este 'inho'. Este 'inho' no nosso banco não nos serve. Para contrariar a influência nefasta de um 'inho' é preciso um 'ão'. De preferência mais do que um. Como um Luisão, ou um Simão. É que um 'inho' nem sequer pode comandar um 'ão'. O 'ão' abre uma boca que pode engoli-lo inteirinho, e o 'inho' fica no seu cantinho, encolhidinho e na esperança que o 'ão' não repare mais nele.


P.S.- De qualquer forma, com 'inhos' ou sem eles esta noite lá estarei, a apoiar e a sofrer pelo nosso Benfica (isto de já ir para o estádio convencido de que vou sofrer diz muito sobre a minha opinião actual acerca da nossa equipa... um benfiquista não é um sofredor por natureza, sofrer não está nos nossos hábitos, porque o que é natural para um benfiquista não é perguntar-se se ganharemos ou não, mas sim por quantos ganharemos).
 
por D'Arcy - 11:30 | link | 6 comentário(s)
quarta-feira, abril 11, 2007
O meu primeiro post.
Neste meu primeiro post neste mundo da blogosfera, não posso deixar de começar por agradecer ao Pedro o convite formulado e mandar um abraço a todos os ilustres participantes deste blog. Confesso até sentir-me um pouco "intimidado" e ao mesmo tempo honrado por participar num projecto com benfiquistas cujos blogs ou comentários me habituei a ler com muito interesse, embora não com a frequência que desejaria. É por isso com enorme prazer que me associo a tão grandes e bons benfiquistas, esperando poder estar à vossa altura.

Passado este sincero "desabafo", confesso que me custa escrever o meu primeiro post tendo de comentar um empate que soube a derrota e que nos deixou numa posição muito delicada, mas...
Parece-me que este empate advém directamente da boa participação que o Benfica vem fazendo na Taça UEFA e cujos custos se reflectem nos jogos do campeonato, obviamente por questões físicas mas também por défice de concentração. O Benfica parece ter encarado este jogo a pensar sobretudo no jogo contra o Espanyol e o resultado disso viu-se. Em função dum plantel um pouco curto para esta altura da época e estando envolvido em duas competições exigentes, dificilmente tal não traria consequências cujas últimas exibições já deixavam adivinhar.

Nélson: é imperdoável como este rapaz perde algumas bolas em zonas do campo proibitivas e que acabam quase sempre por dar em golos ou oportunidades muito perigosas para o adversário.
Katsouranis: deu o berro.
Luisão: que saudades! (já agora, quando é que regressa?)
Nuno Gomes: que falta de eficácia, mas por favor nada de assobios (neste jogo, Miccoli até foi mais perdulário).

Detesto que o Benfica seja o último a jogar, depois de já conhecer os resultados de Porto e Sporting. Frequentemente, não corre muito bem.

Em Aveiro, o número de espectadores (quase 30 mil) ultrapassou a soma dos espectadores presentes nos jogos do Sporting e Porto. A grandeza dum clube também é isto.

Tornou-se moda os adversários criticarem as arbitragens dos jogos que fazem com o Benfica, ainda por cima, sem razão absolutamente nenhuma e com uma falta de vergonha exacerbante. Espero que esta pressão não venha a dar os resultados por estes pretendidos.

Por último, a esperança continua e a minha querida Académica há-de dar uma ajuda para a reforçar...
E para amanhã, FORÇA BENFICA!!!
 
por bem litrado - 23:35 | link | 2 comentário(s)
Orgulho
Depois dos magníficos textos de introdução dos meus companheiros de blog, pouco tenho a acrescentar neste meu primeiro post. Repetindo algo que já foi dito, mas porque é da mais elementar justiça, quero agradecer ao meu amigo Pedro F.F. o convite para participar neste projecto, que mais não é do que uma extensão internética das nossas memoráveis conversas “até às tantas” nos jantares bloguiquistas. Significa isto dizer que a perspectiva de se desenrolarem por aqui debates estimulantes é bastante elevada.

Estamos num momento vital da época. O blog nasce numa altura em que as expectativas não são tão boas quanto há umas semanas atrás. Mas é precisamente nestes momentos menos bons que eu dou mais valor a uma singela frase do nosso hino: “Sou do Benfica e isso m’envaidece.” Como disse alguém depois daquela terrível noite de Vigo: “nem que fossem 14!” É isto a nossa força e é por isto que somos invejados pelos demais. Só nos interessa o Benfica e o nosso orgulho por pertencermos a este clube jamais é posto em causa. Ganhe ou não ganhe foi, é e há-de ser sempre O Glorioso.

P.S. – Já tenho férias marcadas para o dia 16 de Maio…
 
por S.L.B. - 17:19 | link | 5 comentário(s)
As mãos que acenam lenços enxugam lágrimas.
A questão é antiga: até onde pode ir o adepto/sócio no protesto para com o desempenho do seu clube?

Será que o papel do adepto é apenas aplaudir a sua equipa e, quando muito, vaiar árbitros e adversários?

Confesso que não vaio a equipa de futebol do meu clube, nem nenhum futebolista que a componha. Confesso que, esta época, já mostrei lenços brancos ao treinador principal do meu clube. É uma situação que deixa sempre um amargo de boca em quem os vê e, garanto, em quem os mostra. Não é fácil protestar contra quem tem a responsabilidade de liderar tecnicamente o clube pelo qual sofremos. Acaba por ser o reconhecimento do falhanço.

O actual treinador do Benfica tem a seu favor o seu benfiquismo. Pouco mais. Surgiu como um nome menor, perante as ilusões que a comunicação social vendeu aos adeptos: Camacho e Erikson. Surgiu com o anátema de ter perdido um campeonato quando teve o Jardel a marcar umas boas dezenas de golos. Surgiu com o estigma de ter uma ligação fraternal com o presidente do FC Porto. Surgiu com uma equipa técnica que não convence: tirando o Chalana, F. Santos trouxe consigo o inseparável Rosário, o Justino (que, pelo que me dizem, não servia para treinador dos guarda-redes dos seniores do Sporting de Paulo Bento, mas serve para treinador de guarda-redes dos seniores do Benfica de F. Santos) e um jovem promissor preparador físico com uma experiência reduzida na Primeira Divisão do futebol luso. Em suma, F. Santos surgiu no momento errado, com a companhia errada. Isto foi o que sentiu o comum dos adeptos benfiquistas, com excepções.

A época começou mal. Perdemos nos jogos de pré-temporada e perdemos por muitos. F. Santos começou, aí, a perder o benefício da dúvida. A época continuou mal e viram-se os primeiros lenços brancos na Luz. A Direcção protestou. A Direcção apoiou o Treinador. A Direcção deu a entender que os adeptos servem para comprar kits, pagar quotizações, comprar bilhetes de época, apoiar a equipa de futebol do Clube, mas não servem para mostrar lenços brancos. A Direcção fez o papel que dela se esperava na defesa do treinador, mas excedeu-se na crítica aos adeptos que mostraram os lenços brancos. Há duas formas de protestar: mostrar os ditos lenços ou abdicar de ir ao Estádio. A primeira parece causar menos danos do que a segunda.

Entretanto, os resultados foram aparecendo. Os lenços e as vaias pararam, o apoio regressou. A emotividade / irracionalidade do adepto funciona assim: em função do resultado.

Nesta fase da época, os resultados têm sido pouco famosos: nos últimos três jogos tivemos dois empates (FC Porto e Beira-Mar) e uma derrota (Espanhol). Os adeptos começam a duvidar de que seja possível vencer o Campeonato, e a Taça UEFA é uma possibilidade… remota.

Este é o momento mais importante da época, tudo se define. O sucesso ou insucesso é decidido no imediato. Todos esperamos o sucesso: somos benfiquistas e não nos podemos contentar com a mediocridade de ser segundo.

Assim, espero o melhor e temo o pior.

Amanhã, como sempre ao longo desta época e da anterior e da anterior à anterior, lá estarei no Estádio, no nosso Estádio, para apoiar a equipa e celebrar mais uma vitória. Caso assim não suceda, todos sabemos para quem se voltará o implacável dedo acusador. Caso a vitória não surja, surgirão, não duvidemos, os lenços brancos. A Direcção virá em socorro do treinador e acusará os adeptos de mau benfiquismo. Convém, se assim for, que ninguém se esqueça de um pormenor:

As mãos que acenam lenços enxugam lágrimas.

 
por Pedro F.Ferreira - 14:06 | link | 10 comentário(s)
terça-feira, abril 10, 2007
O início, e tal.
Porque nem sempre o começar pelo princípio se revela a escolha mais acertada, optei por inverter a chamada ordem natural das coisas e não iniciarei a minha participação neste blogue com a explicação do(s) motivo(s) que me levou(aram) a ser benfiquista (Obrigado querido Pai, nunca te conseguirei agradecer o suficiente) ou sequer com a descrição, pormenorizada, da extensão do meu amor por este “simples clube de futebol” (AH AH AH!).

Muito menos optarei por confessar que o meu sonho mais macabro, pela felicidade estampada no rosto com que acordo nessas manhãs, é aquele em que, já velhinho, fecho pela última vez os olhos, depois de assistir a uma qualquer vitória gloriosa do Benfica.

Não! Também não vou fazer incidir este post nos meus pensamentos sobre o treinador que lidera actualmente as nossas esperanças (sigh) de que esta ainda venha a ser uma época para mais tarde recordar, ou dissertarei sobre a qualidade intrínseca da nossa habitual dupla de avançados que, ao não ser demonstrada cabalmente em campo (leia-se no ratio jogos/golos), obriga a que, por norma, tenhamos de criar mais do triplo das oportunidades dos nossos adversários para marcar golos, além de termos que nos socorrer bastas vezes de jogadores mais recuados para colorir o marcador. Nesse sentido, não darei voz à minha opinião de que muitos, ou pelo menos alguns, dos títulos que nos fugiram no período mais negro da nossa centenária história teriam sido nossos se tivesse havido (mais) critério na escolha do ponta de lança da equipa.

Não aceitarei igualmente o repto lançado por um amigo que me propôs falar da mística benfiquista, deste sentimento inato de que estamos a defender a luta do Bem contra o Mal quando puxamos pelo nosso Benfica; ou sequer tentarei colocar em palavras aquilo que o coração só não expressa porque não está munido de lábios e da capacidade de verbalizar aquilo por que bate; Não(!), não vou definitivamente gastar o meu, e o vosso, tempo com dissertações mais ou menos elaboradas sobre a paixão que o nosso clube gera mesmo nos adeptos supostamente rivais, que teimam em olvidar que essa sua (deles) relação de amor/ódio não prescinde da primeira destas palavras para existir.

Vou, portanto, limitar-me a agradecer o convite do Pedro Ferreira, esperar estar à altura dos meus companheiros de escrita nesta defesa do Benfica que, aviso desde já, além de exacerbada também terá o seu quê de contestatária, e finalizar com a esperança de que, além de um projecto aliciante, seja (também) aqui que o Benfica irá arranjar forças para se (re)colocar no lugar que é seu por direito próprio. Isto porque, como todos sabemos, há razões que a razão desconhece.
E pronto, lá consegui terminar o post com um chavão.
Escusam de agradecer.

Até porque a outra versão que poderia ter sido por mim utilizada é a das bruxas que, mesmo que não acreditemos nelas, não é por isso que deixam de existir, e que, tendo em conta o idioma em que a frase é normalmente dita e a proximidade do nosso encontro que decidirá a passagem às meias-finais da Taça UEFA em que medimos forças precisamente com um clube oriundo desse país, poderia levar a um qualquer arremedo de existencialismo por parte das ditas, e se há coisa em que eu não facilito é na assunção da veracidade que está por trás de todo e qualquer ditado popular.
 
por Superman Torras - 18:35 | link | 4 comentário(s)