Da esperança que tenho no Luís Filipe.
Há uns anitos (já lá vão alguns), no último ano em que vivi em Coimbra, a Académica tinha um puto, um médio direito, que fazia toda a diferença. Era ele e mais dez. Era o Luís Filipe. A Académica desceu e o Luís foi contratado pelo Atlético de Madrid. As coisas não lhe correram bem e acabou por regressar a Portugal. Vi-o jogar, pouco e poucas vezes, no Sporting. Não parecia o mesmo que vira na Académica. Aquilo que era classe e instinto atacante transformara-se num sofrível defesa. Sempre estranhei aquele posicionamento no campo, para mim o Luís Filipe era, mais do que tudo, um médio de pendor ofensivo. O treinador do Sporting era, salvo erro, um tal de Fernando Santos que nunca soube aproveitar o que de melhor o Luís mostrara na Académica. Mais tarde, foi parar ao Braga. Jogou novamente como defesa lateral, mas a mostrar mais competência no desempenho da função.
Até agora, o Luís Filipe ainda não cumpriu o seu destino com o brilhantismo que prometera nos primórdios da sua carreira. Terá, agora, um daqueles momentos decisivos que definem a memória que um futebolista deixa nos adeptos: ou se afirma ou continua a ser uma esperança adiada e nunca confirmada.
Pela memória que tenho daquela sua brilhante época na Briosa, quero acreditar que o Luís Filipe conseguirá assumir-se como um defesa direito competente, seguro, ofensivo e… inteligente. O tal defesa direito que, desde a saída de um tal de Miguel, não voltámos a ter.