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quinta-feira, agosto 16, 2007
Déjà Vu*
Plena e absolutamente convencido que, apesar de marcar o regresso à minha segunda casa após várias, demasiadas, semanas de ausência, também se estava prestes a iniciar mais um ano de tormentas variadas e alegrias escassas, lá me dirigi na terça-feira para o Estádio da Luz com a secreta esperança que os meus olhos desmentissem os meus piores receios.

Estando nesta altura o jogo já suficientemente escalpelizado (por falar em escalpes, vêm-me logo à ideia um sem número de figuras às quais não me importava de tirar o escalpe...adiante...), penso que se justificarão minimamente algumas notas soltas acerca do que me foi permitido observar na noite que se arrisca a ser a única em que pude ouvir o hino da Liga dos Campeões ao vivo este ano. Por falar nisso, e este é apenas um pequeno aparte, acho um pouco injusto que toquem o hino nestes jogos pré-eliminatórios, quanto muito colocar-se-ia um qualquer mix da música em causa, feito por um dj mais ou menos conceituado, mas a música original creio que é, permitam-me o desabafo, injusto para as equipas que realmente irão participar na liga milionária.

Ora bem, depois de duas horas de saudável convívio com camaradas que fazem centenas de quilómetros para verem o Benfica, o que, se preciso fosse, ajudava a contextualizar a importância que este clube assume nas nossas vidas, lá chegou a hora de entrar no estádio. A primeira impressão do novo relvado não podia ser melhor. Parecia que as notícias que tinha lido e que apelidavam este relvado como o melhor desde que a nova Luz foi construída eram mesmo verdadeiras. Essa impressão durou exactamente até à jogada em que, na sequência de um carrinho do Katsouranis, um tufo de relva se levantou, deixando a descoberto um monte de terra, qual tapete levantado para se varrer o lixo para debaixo dele (mais uma imagem que, não o consigo evitar, me faz pensar nas mesmíssimas figuras de há pouco e às quais não me importava de varrer, eu próprio, para debaixo do tapete...adiante...).

Há uma série de equívocos aos quais é simplesmente impossível escapar quando nos propomos a analisar o binómio "constituição do plantel versus opções do treinador visando a melhoria das prestações da equipa". Tal como já escrevi na caixa de comentários, em resposta a um post de um camarada tertuliano, pouco falta, muito pouco mesmo, para ser concedida ao Fernando Santos a maravilhosa experiência de passar de réu a vítima, juntando-se nessa qualidade a vários milhões de benfiquistas. Se neste momento estão a pensar em possíveis nomes que o possam substituir nessa função (de réu), podem parar desde já, pois essa, a culpa, irá mais uma vez morrer solteira. Coitada, ninguém lhe quer pegar. Pudera...

Obviamente que não será fácil, julgo eu, a alguém explicar os motivos que o levem a deixar em campo um jogador lesionado, correndo o risco de agravar a lesão e de prejudicar a equipa por estar a contar com um elemento que no fundo só está a fazer figura de corpo presente, e muito menos entrará nos compêndios de bem gerir um plantel e a motivação dos que o integram a saída ao intervalo de um reforço contratado há pouco tempo e que busca o seu espaço na equipa e que sequer estava a jogar pior do que a maioria dos colegas de equipa, com a suprema agravante de, tratando-se de um avançado, ser a auto-confiança absolutamente essencial para um jogador render o seu máximo. E isto tudo num jogo em que era imperioso vencer, estando nessa altura empatado, em que as soluções no banco de suplentes não abundavam e logo um jogador que, mais cedo do que mais tarde (escrevam-no) o treinador terá de usar por falta de alternativas credíveis.

A entrada de outro jogador com meia dúzia de treinos "europeus" nas pernas e nitidamente verde para este tipo de jogos foi apenas mais um prego neste caixão com um diâmetro enorme e com a particularidade de estar assente sobre 12 milhões de pernas e que caminha sabe se lá para onde. Não sou bruxo nem sequer particularmente dado a previsões que depois se vêm a confirmar, mas antes do jogo e falando sobre as hipóteses de Adu se estrear, dizia que era muito mais fácil vermos o treinador a usá-lo (ia dizer "queimá-lo) no caso do jogo estar empatado ou mesmo com a equipa a perder, do que a dar-lhe minutos de jogo caso a equipa estivesse a vencer por uma margem tranquila e a salvo de qualquer surpresa desagradável. É, sempre foi, um treinador com escassa, ou nula, visão abrangente, e bastas vezes se colocou a jeito para ser castigado pela má fortuna. Ou não é verdade que a qualidade de um treinador (também) se mede pelo treino de soluções alternativas que serão utilizadas se as circunstâncias o exigirem? No Benfica actual (e este actual já dura há demasiado tempo!) não é isso que sucede. Dá a sensação que as coisas são geridas ao sabor do vento e isto, infelizmente, leva-me à segunda parte do problema: a gestão desportiva.

Admite-se em algum lado que não se bloqueie a saída de jogadores importantes da equipa quando se está a poucas horas de iniciar as competições oficiais? Ou que se promova o regresso a um triste passado em que entravam mais de uma dezena de jogadores por época, mais parecendo que a gestão escolhida era baseada na memória dos peixinhos cor-de-laranja dos aquários, isto é, época nova vida nova, não há nada que valha a pena manter da época precedente, vamos baralhar e dar de novo. Minto! Manteve-se o treinador. Mas nem isso foi feito com absoluta convicção. Ou ainda existe quem se permita duvidar que a permanência do Fernando Santos está presa por arames? Ele que não apure a equipa para a Liga dos Campeões e/ou que inicie a época de uma forma parecida com a época passada. Bem, a nível exibicional estamos conversados, mas neste caso estava a falar de resultados...

Para terminar deixo-vos uma pequena equação que se tem entretido a vaguear de um neurónio para outro sem que haja da minha parte a menor vontade em resolvê-la:

Miccoli - Simão - Karagounis + Adu + Di Maria + Cardozo + Fernando Santos = ?


*Qualquer semelhança entre este texto e outro que tenham lido neste blogue, das duas uma, ou é o vosso subconsciente a pregar-vos uma partida ou então é porque ambos os autores achavam o mesmo, isto é, que na terça-feira assistiram a um remake de um filme cuja produção original já de si tinha um fraco argumento e, ironia das ironias, tendo como realizador a mesmíssima pessoa. Uma pena que tenhamos de ser nós, novamente, os figurantes...
 
por Superman Torras - 18:22 | link |


2 comentário(s):


Data do comentário: 16/08/2007, 20:16:00, Blogger slbcarlitos

Miccoli - Simão - Karagounis + Adu + Di Maria + Cardozo + Fernando Santos = Um qualquer número negativo... pois o Fernando Santos desiquilibra as contas.

Se o Benfica não se apura para a Champions existem duas situações:

1ª- Fernando Santos passa a ser mais um adepto a puxar pela equipa e tem que vir um treinador ESTRANGEIRO.
Seja Camacho, seja Lippi, seja Capello, tem é que ser TREINADOR e não engenheiro!!!

2ª-Ou somos campeões ou LFV passa também a ser mais um adepto a puxar pela equipa e tem que vir um presidente BENFIQUISTA, jovem, ambicioso e com nível.
Rui Costa cabe neste perfil bem como o Salvador do Braga ou então outra candidatura com pés e cabeça que inspire confiança.

 

Data do comentário: 16/08/2007, 22:50:00, Blogger dezazucr

epa... eu ultimamente tenho lido lido, até tenho tido vontade de comentar, mas falta-me alento, tal é o desânimo. Já desde os tempos pré-Vilarinho q não sentia tanto desânimo...