Conforme já disse noutras ocasiões, mesmo as situações anómalas que ocorreram no início desta época - concretamente, as saídas do Simão e do Manuel Fernandes - e a perda de alguns jogadores influentes - Miccoli e Karagounis - para mim não servem de grandes atenuantes ao Nandinho. Porque a época passada, mesmo com estes jogadores, a equipa jogava exactamente da mesma maneira. Ou seja, mal e sem chama. O Karagounis foi até um jogador que, por vontade do Nandinho, nem teria ficado cá já a época passada. E o Micle foi apelidado de gordo pelo mesmo Nandinho, e esteve a um pequeno passo de sair em Dezembro por causa disso.
O nome mais falado para ocupar o cargo é obviamente Camacho. Nada tenho contra. Não vejo o Camacho como uma espécie de D.Sebastião, nem acho que a partir do momento em que ele entre o Benfica vá desatar a ganhar jogos em catadupa. O Camacho não faz milagres e tem as suas limitações como treinador. Vi o Benfica fazer alguns dos jogos mais horríveis de que me recordo com o Camacho no banco (alguém se recorda da derrota em casa com o Beira Mar, na estreia oficial da nova Luz?). Mas o mais importante que eu espero ver regressar com o Camacho é a esperança. Porque pelo menos quando ele cá estava, eu tinha sempre esperança que do banco viesse um safanão à equipa, algo que pudesse alterar o rumo das coisas quando elas estavam a correr mal, nem que fosse um daqueles berros que se ouviam lá em cima no Terceiro Anel. Hoje em dia, o que eu sinto, e sei que este sentimento é partilhado por muitos dos benfiquistas, é uma espécie de conformismo. É quando sofremos um golo pensarmos logo 'Pronto, já perdemos...', porque temos a consciência que a equipa é incapaz de reagir a uma adversidade. É vermos o Benfica atacar e, quase com uma certa indiferença, não acreditarmos que é possível marcar um golo. E quando de facto o marcamos, às vezes até fico surpreendido. Aliás, o próprio jogo com o Leixões é um exemplo desta mentalidade desgraçada que o Nandinho arrastou para o Benfica. Porque eu sei que para muitos benfiquistas, mesmo depois de termos marcado o golo aos noventa minutos, mesmo assim não ficou convencida que o jogo estava ganho. Em quase todos nós instalou-se a dúvida, por mais pequena que fosse, que ainda seria possível não ganharmos. E se os adeptos sentiram isso, alguém me garante que os jogadores não sentiram o mesmo?
P.S.- Nwoko, rapaz, desculpa lá os nomes todos que te chamei no Sábado à noite. Apesar da chatice do empate, obrigadinho pelo favor prestado, pá!