Passadas que estão cerca de 2 semanas da apresentação dos jogadores ao trabalho, até agora apenas foi possível ver quem tinha marcado os golos nos jogos-treino realizados, não existindo qualquer imagem sequer que o comprove. Nos anos anteriores, nesta altura, eu já tinha mais 3 ou 4 ídolos (ou não) e respondia à letra sempre que algum adversário me picasse relativamente à valia de um ou outro reforço que se tivesse posto a jeito para tal. Mas este ano não. Nada. As discussões centram-se na escolha da cor do equipamento, na possibilidade de reforçar a estrutura directiva com (mais) um nome polémico vindo do Norte, na eventualidade de disputar a 1ª jornada fora de casa, sim, mas não na casa do adversário, dos avanços e recuos do processo Apito Dourado, enfim, em 1001 coisas que têm como denominador comum a ausência do esférico na sua génese. E aqui se ajuda a explicar a minha ausência desses debates, com toda a certeza importantíssimos, não duvido, mas a verdade verdadeira é que só me sinto compelido a debitar meia dúzia de palavras quando se fala de futebol. Do futebol jogado, entenda-se.
Hoje, por exemplo, ficarei com uma ideia mais precisa sobre as hipóteses de Butt, o guarda-redes germânico reforçado para... reforçar a minha tese, idêntica à da Leonor Pinhão já agora, de que um óptimo (e não bom, ou razoável) nº 1 é, ou pode ser, o garante de 10 pontos-extra no final do campeonato, poder vir a ser, de facto, esse guarda-redes, ausente em parte incerta desde a saída de outro alemão, vocês lembram-se dele, Robert Enke. Nada contra Quim ou Moreira, entendam-me, mas não estamos a gerir um clube vocacionado para o bem-estar dos jogadores com os quais mais simpatizamos, estamos sim a gerir um clube que se quer vitorioso. Sempre. E para isso há que dotá-lo das peças necessárias para o fazer. Quer tenham 18, 24 ou 33 anos. E quer sejam portugueses, indonésios ou mesmo alemães.
Depois, também temos o Stretenovic que, provavelmente, terá uma oportunidade, que de outra forma não teria, de mostrar o que vale na lateral direita devido ao triste episódio-Nélson. Pelas palavras do nosso treinar, deduzo que o longilíneo defesa sérvio terá de entrar com o gás todo para me, nos, convencer de que a sua utilidade na equipa deriva não apenas dos seus muitos centímetros, mas também do seu potencial em utilizá-los convenientemente.
Ainda na defesa, temos o costa-marfinense Zoro que terá uma luta muito dura pela frente para alcançar a titularidade como 2º central, ao lado do indiscutível Luisão. David Luiz, a manter o mesmo nível da 2ª volta do campeonato anterior, partirá em vantagem. Mas a concorrência interna nunca fez mal a um clube. Bem pelo contrário.
Miguelito, por seu turno, terá também ele uma oportunidade de ouro para justificar uma maior utilização esta época, terminada que está, ou que tem de estar, a sua adaptação ao Benfica. Tudo o que sejam menos de 10/15 jogos oficiais esta época e o seu nome não deixará de constar no rol de flops, lista que nenhum jogador deseja ocupar.
Do meio campo para a frente e sobretudo na zona intermediária do terreno a grande expectativa chama-se Manuel Fernandes. É incrível, e custa a aceitar, o que meia dúzia de meses no estrangeiro fazem ao físico de um jogador. Continuamos em realidades completamente distintas é o que se me oferece dizer. Ora, se ele já era promissor e uma mais-valia quando, abrir aspas, era um trinca-espinhas, o que esperar agora? Eu não faço as coisas por menos e garanto-lhe um lugar certo nas escolhas iniciais do treinador. Com a cabeça limpa e a jogar o que sabe, terá de ser outro jogador o sacrificado a ir para o banco.
Finalmente, na frente há 3 grandes pontos de interrogação, cada qual mais entusiasmante do que o outro. Se um já lá estava e, a julgar pelos jornais desportivos, tem aproveitado os treinos para demonstrar que as exibições nos juniores apenas estavam limitadas pelo escalão em que evoluía, fazendo por corresponder com eficácia às assistências que lhe são feitas, já os outros apenas se darão a conhecer hoje. Ok, ao Cardozo já vimos um breve relance do que ele vale depois da sua participação na Copa América (abrir parêntesis para dizer que acho vergonhoso que a organização do certame não tenha levado em conta a hora tardia a que alguns dos jogos foram disputados, pois não cabe na cabeça de ninguém obrigar os adeptos a ficarem acordados até perto das 4h da manhã para validar a mais novel contratação do seu clube), mas o Bergessio é uma autêntica incógnita.
E, tal como o fiz para justificar a minha concordância com a contratação do Butt, também aqui uso uma estratégia semelhante para concordar com a vinda do Cardozo. Não desprezando obviamente os restantes sectores do terreno, não nos podemos poupar a esforços quando escolhemos o guarda-redes e o ponta de lança do nosso clube. São, individualmente, as posições-chave que muitas vezes ajudam a decidir se uma época é gloriosa ou desastrosa. E, pese embora até rimem, não vos preciso dizer qual destas duas palavras é a que mais me agrada quando me refiro a qualquer facto relacionado como nosso clube, pois não?
Viva o Benfica!
(faltam 7 horas)